À virada do século XX, uma revolução silenciosa e elegante varria o universo da moda masculina. Antes, as vestimentas masculinas eram meticulosamente feitas sob medida, uma prática que predominava até que a ousada ideia de adentrar uma loja apenas com uma carteira e sair vestido ganhasse destaque. Nesse cenário de transformação, a 3 Brothers emergiu, conquistando sucesso precoce ao concentrar-se de maneira única em roupas prontas, abastecendo-se com tecidos próprios e administrando suas próprias oficinas.
A produção de vestuário pronto significava que a empresa assumia o papel de designer, moldando escolhas de vestimenta e estilo para o cliente, em vez de simplesmente por ele, tornando-se assim uma força definidora de moda e modeladora da sociedade.
Um marco significativo desse período foi o impacto nas tradições da alfaiataria. Até 1900, os homens costumavam encomendar ternos sob medida, rígidos, resistentes e ajustados com precisão. Contudo, a Brooks Brothers introduziu em 1900 seu Number One sack suit. Apesar do nome pouco lisonjeiro, o Number One sack suit trouxe para a alfaiataria a moda de roupas mais soltas que havia sido usada pelo homem comum por décadas. Este terno apresentava uma construção suave, ombros naturais sem enchimento, um confortável casaco de quatro botões (um de três botões foi lançado em 1918) com uma abertura central e uma casa de botão na lapela esquerda, além de calças retas e soltas.
Esse foi, de certa forma, um pioneirismo na desconstrução. Roupas mais casuais e confortáveis não eram apenas uma escolha de moda; representavam uma abordagem progressista e funcional para o vestir. O Number One sack suit foi amplamente imitado e estabeleceu o estilo básico para a moda masculina americana, influenciando especialmente o traje de negócios por pelo menos as próximas cinco décadas.
Quando a Brooks Brothers se afastou do corte do Number One sack suit, fez isso em um momento de desespero durante a Grande Depressão. Em uma tentativa de impulsionar as vendas, exibiu o terno, completo com etiqueta de preço, em suas vitrines como um totem do que mais tarde seria chamado de identidade de marca. Essa estratégia de marketing agressiva, no entanto, escandalizou os clientes regulares da empresa, e os ternos foram logo retirados. Na década de 1930, numa nova tentativa de incentivar as vendas, a Brooks introduziu o Number Two suit, com uma cintura ajustada e ombros largos e acolchoados. Apelidado de ‘uma concessão terrível aos tempos difíceis’, o Number Two suit, significativamente, foi ajustado ao estilo do Number One quando as condições econômicas melhoraram.
Como afirmou o The New Yorker em 1938, o sack suit é a verdadeira marca registrada da Brooks Brothers. Atualizado anualmente, mas essencialmente não mudando em meio século, o casaco foi copiado por outros alfaiates, mas o verdadeiro entusiasta da Brooks Brothers insiste nos ombros naturais, na rota distinta das lapelas, nas linhas retas e na geral e intransigente descontração do artigo. A referência à descontração, vale destacar, era um elogio. O sack suit, como o artigo continuou, representa não apenas um traje, mas toda uma filosofia.